quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Anestesista

Nunca a névoa matinal foi tão fria
Quando desgruda lento da cama
Um anestesista em dor cotidiana
No despertar agudo da segunda-dia

Quando vela o sono dos doentes do coração
Embala também o seu, numa dor nunca esquecida
Porém hoje, se apaga a angústia do dia e,
Estranho, transverbera calor e inspiração

À noite, no escuro, a face lhe-se ilumina
Sonha acordado com uma clara criatura
Que a sorrir-lhe, misteriosa, doce e pura
Enrubece a boca ao dizer que o queria

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