sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Transbordamento da Alma

Uma vontade física de comer o universo
Toma às vezes o lugar do meu pensamento
Sinto com o pensamento
Que é uma chama queimando para todos os lados
E sinto tudo excessivamente
Não sei outra maneira de ser

Quanto mais eu sentir
Estiver, transcender, viver, for
Mais possuirei a existência total do universo
E minha alma será uma escada para Deus
Pois tudo que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo

sábado, 22 de janeiro de 2011

Poeira Sideral

Minha última paixão explodiu-me
Em bilhões de partículas
De poeira sideral
Como uma supernova tornando-se
Rapidamente num buraco negro
Na imensidão do vácuo

A odisséia de Ulisses agora
É juntar essa poeira
Mas com o cuidado de me esquivar
Do que não me serve mais
Do que tenho de escuridão e mesquinhez

Mas esse (o não me serve)
Teima em grudar nos meu pés
E eu a escorçá-lo
Que onde ele junta cria musgo e raízes

Mas divino herbicida me servirá
Limpará meu coração
Para o dedicar a quem merece,
À vida, ao entusiasmo, ao ágape
Sem esquecer as musas das artes e as ninfas do mar

Farrapos Humanos

Quanto mais tu te tornas presente
Mais eu me sinto só
Essa insistência com sabor de desprazer
Entorta meus caminhos já frágeis
E praticando apenas teorias
Ludibriado sigo rumo a um poço sem fundo

Ri agora, desfrutas da minha fraqueza
Enquanto não me ergo
Da cova que cavei

Ontem você foi mais forte
Hoje teu nome é desprezo
Amanhã ainda não saberei

Mas na certeza de que nada é eterno
Um dia tu não estarás mais por perto
E assim me libertarei

Pois a teoria se pratica
A vontade não será mais submissa
E o sóbrio desejo se tornará nossa lei