Olhei pro rosto de Guevara, a fronte altiva, coragem rara,
satisfação. Fazer uma revolução, banhar as mãos e o rosto em
sangue vivo, e, se preciso, fazer da morte uma libertação
Empunhar rifles, franzir a alma, não só a testa, usar a força que
ainda resta, pra humanizar um mundo corrompido. Renunciar
ao amor de uma mulher pra se entregar ao amor proibido:
o que se sente ao se deparar semelhante oprimido
Lutar pra quê? Lutar pra quem? Eu não defendo um
Falso Herói Coroado rei
Tampouco a terra, leito de ganância que não cultivei. Nem
guerra santa, raça, crença ou credo me farão matar, porque o Deus
que teimo acreditar não fez cruzadas para me conquistar
E aceita Buda, papal, Hare Krishna, rabino ou Alá
Então, me isento de qualquer desejo de revolução, chego a
pensar que não sou cidadão, e saio à rua sem nada nas mãos.
Mas de repente...
A me vida me mostra seu maior valor
Quando um menino sujo, seco, sem pudor, vasculha o lixo,
levando à boca um pedaço de pão.
Empunho o rifle na imaginação e o guerrilheiro se faz um irmão
Fabrício Carlos Jardina Penha- compadre da moradia FMRP
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