terça-feira, 14 de setembro de 2010

Justa Razão

Olhei pro rosto de Guevara, a fronte altiva, coragem rara,
satisfação. Fazer uma revolução, banhar as mãos e o rosto em
sangue vivo, e, se preciso, fazer da morte uma libertação

Empunhar rifles, franzir a alma, não só a testa, usar a força que
ainda resta, pra humanizar um mundo corrompido. Renunciar
ao amor de uma mulher pra se entregar ao amor proibido:
o que se sente ao se deparar semelhante oprimido

Lutar pra quê? Lutar pra quem? Eu não defendo um
Falso Herói Coroado rei
Tampouco a terra, leito de ganância que não cultivei. Nem
guerra santa, raça, crença ou credo me farão matar, porque o Deus
que teimo acreditar não fez cruzadas para me conquistar
E aceita Buda, papal, Hare Krishna, rabino ou Alá

Então, me isento de qualquer desejo de revolução, chego a
pensar que não sou cidadão, e saio à rua sem nada nas mãos.
Mas de repente...

A me vida me mostra seu maior valor
Quando um menino sujo, seco, sem pudor, vasculha o lixo,
levando à boca um pedaço de pão.

Empunho o rifle na imaginação e o guerrilheiro se faz um irmão

Fabrício Carlos Jardina Penha- compadre da moradia FMRP

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