segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nostalgia do Oceano

Como as primeiras formas de vida
que se arrastaram do mar para a terra
temos a tarefa de preparar o terreno
para os que virão depois
para que evolua a ciência do bem viver
mas ainda não pudemos ser bons
Evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria
e eu não posso fazê-lo
Dolorosamente nos acostumamos à aridez que mesmo criamos,
mas conservamos a nostalgia do oceano que tudo limpa e perdoa
na salinidade dos nossos líquidos corporais,
em secreta ânsia pelo suave balanço das ondas
Consola-nos o gosto salgado das lágrimas
que correm para o mesmo oceano
central volume de forças, unidade pura,
verde víscera abrasadora
onde toda força volta a ser origem