quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Perdão que vem do Sol


Ao caminhar  à  beira-mar
O Sol que gera toda cor
Atravessou  e  iluminou minh`alma
Parei para olhar uma oração à beira de uma cruz
Ao largo da ponte que se enfia adentro ao mar
E lembrei-me do meu pai
Que não foi ao enterro do próprio pai
Orei junto e senti paz ao sol agradecido pelo momento

No rádio do carro ouvi falar da Fortaleza antiga
Da maria-fumaça que passava no Adahil Barreto
Quando o som enferrujado das rodas nos trilhos
E um apito ao longe me embalava o sono

Trilhos que percorri com meu pai primeiro
Pra passear no trenzinho dos domingos à tarde
E depois assistirmos juntos à pantera cor de rosa

Hoje os percorri , saudoso,  sozinho
Com o rosto banhado de lágrimas quentes
Porque hoje, pai, finalmente me perdooei

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