Há uns 5 anos eu era um jovem e arrogante anestesista
Que se gabava de não dizer não pra nenhuma cirurgia, por mais arriscada que fosse
Dessa vez era a de uma menina de 12 anos, com a coluna toda torta
Que ousava querer sentar, queria passar por essa cirurgia das mais brutais
Quebrar toda a coluna pra depois endireitar
E não era nem testemunha de jeová
Lá pela 10a. hora de cirurgia, depois de ter sangrado 2 vezes o próprio volume de sangue
seu coração começou a fraquejar, a bater pela metade,
e nenhuma alquimia das de costume surtia qualquer efeito
Na autópsia deu infarto anterior extenso
Além da coluna a genética do coração também era fraca
A mãe em dor imensa, chorava e agradecia porque dizia saber
que os médicos tinham feito tudo que podiam
Corroborando a força de vontade corajosa da menina, de querer viver melhor
mesmo sob risco de ter que deixar essa vida
Na medicina chinesa, a força original da vida nasce dos rins
E ao meu ver, isso ela tinha de sobra
E hoje, após esses anos, me pego chorando ao lembrar dela, da menina
cujo nome não lembro,
Mas, pelo sofrimento, por tanta persistência diante de tanta fraqueza física
Meu Deus, aquela menina sou eu.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Pra que rimar amor e dor
Tua ausência dói mais que
a abstinência de qualquer .ina
Que cortar os dedos
com papel de cartolina
Dói mais que a impotência
de ver morrer na frente um suicida
que morder gilete com a gengiva
Que engolir soda cáustica e
se enforcar em ardentes tripas
Que puxar plástico queimado
da pele em carne viva
No entanto, deixarei que morra em mim o desejo
tão doce de te amar
porque assim é preciso
Pra não perder o único instante
em que foste realmente a serenidade
e a ausência de sofrimento
E ficarei só como os veleiros
nos portos silenciosos
até que eu me ressurja em mim,
como a fé nos desesperados
E estarei melhor do que ninguém,
porque poderei partir
a abstinência de qualquer .ina
Que cortar os dedos
com papel de cartolina
Dói mais que a impotência
de ver morrer na frente um suicida
que morder gilete com a gengiva
Que engolir soda cáustica e
se enforcar em ardentes tripas
Que puxar plástico queimado
da pele em carne viva
No entanto, deixarei que morra em mim o desejo
tão doce de te amar
porque assim é preciso
Pra não perder o único instante
em que foste realmente a serenidade
e a ausência de sofrimento
E ficarei só como os veleiros
nos portos silenciosos
até que eu me ressurja em mim,
como a fé nos desesperados
E estarei melhor do que ninguém,
porque poderei partir
Calor do fogo
Perto de você tudo é novo
É como estar perto do fogo
Que tudo transforma, dor em prazer
Cura toda mágoa e toda ferida
Do peito e do corpo, cicatriza
O sentimento surge mais forte, caloroso
E se transmuta em ternura por viver
Devasso e espirituoso
Acordo com o calor do sol no rosto
E durmo com a carícia da lua
Vejo as estrelas e sinto teu cheiro
Adivinhando a beleza pura
Da tua pele branca e nua
Que nos meus braços aconchego
É como estar perto do fogo
Que tudo transforma, dor em prazer
Cura toda mágoa e toda ferida
Do peito e do corpo, cicatriza
O sentimento surge mais forte, caloroso
E se transmuta em ternura por viver
Devasso e espirituoso
Acordo com o calor do sol no rosto
E durmo com a carícia da lua
Vejo as estrelas e sinto teu cheiro
Adivinhando a beleza pura
Da tua pele branca e nua
Que nos meus braços aconchego
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